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NOSSA HISTÓRIA

               O surgimento do trabalho batista no bairro do Méier não se deu de maneira tranqüila e sob égide da rotina batista. Foi preciso superar pequenos obstáculos, que poderemos considerar um tanto significativos, se comparadas as informações históricas em abundantes exemplos para o estabelecimento de muitas igrejas.

               O desejo inicial de ter-se no vicejante bairro do Méier um trabalho batista emergiu na atividade formal da denominação e não de atirada ação evangelística de uma igreja ou de grupo de batistas, como é exemplo comum na história de tantas igrejas.  Segundo testemunho verbal que historicamente se tem, o surgimento do trabalho batista no bairro do Méier atendeu a iniciativa da Junta de Evangelismo da Convenção Batista Carioca,  na pessoa de seu presidente, missionário Salomão Luiz Ginsburg, no cumprimento próprio das atribuições daquela Junta, que deveria zelar pela expansão da evangelização em seu campo de ação. A visão da Junta era  perfeita, face ao aproveitamento de oportunidade da significativa prosperidade e afirmação na cidade, reveladas pelo então  notório subúrbio do Méier. Corria o ano de 1915.

               Em sua experiência, Ginsburg utilizou-se de um trabalhador, de confissão congregacional, da então Casa Publicadora Batista, membro da Igreja Evangélica Fluminense  ainda hoje situada na rua Camerino, no centro da cidade do Rio de Janeiro, ao que parece a mais antiga igreja evangélica de língua portuguesa no Brasil. Comissionou-o a procurar um armazém desocupado no Méier, que pudesse ser alugado, para utilização e estabelecimento de um núcleo de evangelização  -  entre nós batistas mais conhecido tradicionalmente pela expressão Ponto de Pregação.  O imóvel foi encontrado na rua Dias da Cruz, 29 - antigo 185 – perto da estação ferroviária do Méiere pela Junta de Evangelismo imediatamente alugado para a finalidade prevista. O Ponto de Pregação iniciou suas atividades em 16 de dezembro de 1915.

               De 1915 a 1918 o Ponto de Pregação existiu informalmente, tendo sido  confiada sua direção ao dedicado e empreendedor  Casemiro Gomes de Oliveira. Cursava ele o Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e sua vinculação era com a Igreja  Batista do Engenho de Dentro, hoje titulada Segunda Igreja Batista do Rio de Janeiro. Surgia assim o primeiro nome ligado à futura Igreja Batista do Méier.

               A sábia atuação do seminarista Casemiro de Oliveira não se cingiu  a comparecer ao Ponto de Pregação para dirigir as reuniões e  anunciar o evangelho. Seu trabalho foi sábio e perspicaz, competente, inteligente e talentoso: buscou silenciosamente  membros de sua Igreja que residissem para os lados do Méier, estendendo-lhes amável convite para que fossem cooperar com o Ponto de Pregação  que ainda iria surgir.

Pr. Casemiro Gomes de Oliveira

               Também, não se conteve só em buscar cooperadores em sua igreja do Engenho de Dentro. Procurou estruturar uma retaguarda forte e consistente e insistiu em atrair alguns professores e colegas alunos do próprio Seminário. Com toda essa estratégia, conseguiu bom número de colaboradores que, a esta altura, não representava somente uma base quantitativa para a implementação do novo projeto, mas uma base qualitativa que garantisse, com a ajuda e dependência de Deus, o sucesso do empreendimento.

Entre os colaboradores da primeira e difícil hora, o seminarista Casemiro Oliveira contou com a valiosa participação do missionário Willian Edwin Entzminger, do Pastor Dr. Ricardo Jacob Inke – professor do Seminário do Sul - , dos seminaristas Henrique Rodolpho Penno e Raul Pinto de Carvalho. O  aluguel do armazém onde o projeto seria desenvolvido ficou sob a responsabilidade da Junta de Evangelismo, até que o Ponto de Pregação o pudesse assumir, provavelmente quando se transformasse em igreja, com vida autônoma, o que em futuro viria ocorrer, inclusive com a vitória da aquisição de sede própria, na rua Dias da Cruz, 79 – antigo 213.

               Vale a menção para fins históricos que, dentre os seletos e  novos cooperadores com o Ponto de Pregação, Entzminger pontificaria como ajudador, Penno seria eleito o primeiro evangelista  e Raul seguiria para Portugal  a fim de atuar na Obra de Deus.

               Enriquecido o projeto com os recursos humanos citados, em 19 de junho de 1918, às 19h 30min, foi instalado oficialmente o Ponto de Pregação. Na ocasião, ali presentes os cooperadores que mais se interessavam pelo trabalho local, sob a liderança do dirigente Casemiro Gomes de Oliveira. A efeméride foi registrada historicamente na ata da primeira reunião administrativa do Ponto de Pregação do Méier, assinada pelo secretário Carlos de Carvalho, membro da Igreja Batista do Engenho de Dentro e um dos congregados.

               O singelo Ponto de Pregação buscou, então, uma organização formal, tendo Casemiro sido eleito Encarregado do Ponto de Pregação, Carlos de Carvalho eleito Secretário e José Joaquim Pereira eleito Tesoureiro. Complementando a formalidade,  foi por todos reconhecida a necessidade de uma reunião administrativa mensal, sendo indicada a primeira terça-feira do mês  para sua realização.

               O trabalho do novo núcleo prosseguiu animado e logo gerou frutos, multiplicando-se. Nascia um novo Ponto de Pregação em casa de um amigo, identificado como Silvestre, na rua Ana Barbosa, esquina da rua  Constança Barbosa, no Méier, onde hoje funciona um  posto de saúde. Posteriomente, já no pastorado José de |Miranda Pinto, quando  as instalações do templo, situado na rua Dias da Cruz, 79, não mais atendiam às necessidades da Igreja, cogitou-se a compra do terreno em que se situava o referido posto de saúde para a construção de um novo templo. O alto preço do terreno e a dificuldade de comprovação de posse por parte do alienante impediram a realização do negócio por parte da Igreja. Como resultado, a Igreja manteve sua sede, mesmo com seu templo não mais atendendo às suas necessidades. Com o passar do tempo,  concluiu-se que os propósitos de Deus eram outros. A Igreja em futuro ficou muito bem situada ao construir seu segundo templo.

               De junho a novembro de 1918 o trabalho no Ponto de Pregação fluiu em meio às alegrias e progresso, comuns a quase toda  obra nascente: “ no princípio tudo são flores”, diz o adágio popular. Mas as flores têm vida efêmera. E a primeira tristeza aconteceu no nascente trabalho que envolvia o idealismo de poucos. O seminarista Casemiro Gomes de Oliveira concluiu seu curso no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e não pôde continuar dirigindo o Ponto de Pregação, pois  aceitara convite para exercer o ministério pastoral em uma igreja em Vitória da Conquista, no Estado da Bahia. Privava-se o Ponto de Pregação da  excelente colaboração e segura direção de seu primeiro líder.

Por questão de justiça, vale repetir a homenagem a Casemiro Gomes de Oliveira que a Igreja Batista do Méier registrou, na Publicação Especial de seus sessenta, setenta e cinco e oitenta anos de vida:

​               Acolhendo recomendação do apóstolo Paulo, conforme Romanos 13:7 – Portanto dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor , temor; a quem HONRA, HONRA  -  é-nos imensamente grato inscrever o nome desse grande homem de Deus entre os dos fundadores do trabalho batista no Méier. Em Vitória da Conquista demorou-se ele por dois anos, após o que transferiu-se para a Primeira Igreja Batista de Belo Horizonte, em cujo pastorado permaneceu durante quarenta abençoados anos. Jubilado, transferiu-se para Brasília, onde veio a falecer a 26 de junho de 1977, quando Deus já lhe concedera 88 anos de abençoada e abençoadora existência.

               Ao Pastor Casemiro Gomes de Oliveira a mais sincera gratidão pelo carinho e zelo com que  lançou no bairro do Méier a bendita semente do evangelho!

               Ao desligar-se Casemiro do Ponto de Pregação a 11 de novembro de 1918, na mesma data foi eleito para seu substituto o missionário William Edwin Entzminger, já cooperador habitual do Ponto de Pregação que recebeu, assim, de seus próprios congregados, o suprimento humano para a continuação de sua missão.

               Superadas as etapas descritas, já se vinha agigantando no coração dos congregados  o desejo de transformar o Ponto de Pregação em uma igreja batista. Para tanto emergiram  algumas razões e naturais dificuldades.

               Ainda em 08  de setembro e 01 de outubro de 1918 nos informam os registros históricos das atas da quarta e da quinta reuniões administrativas do Ponto de Pregação que havia problemas financeiros críticos a serem contornados. A Igreja Batista do Engenho de Dentro orientou seus membros, que congregavam no Ponto de Pregação no Méier, a não entregar suas contribuições ao tesoureiro do referido Ponto e sim  diretamente  à Igreja, que tinha a responsabilidade de suprir financeiramente muitas frentes de evangelização, em extensa área do Rio de Janeiro.

Miss. William Edwin Entzminger
Primeiro Pastor da Igreja Batista do Méier

               O tema polemizou e o debate emergiu no pequeno plenário do Ponto de Pregação, no exercício democrático batista, presente assim nas origens de sua vida eclesiástica. Falaram diversos oradores: Entzminger, Jorge Pinto e outros, todos convergindo para a solução natural – a transformação urgente do Ponto de Pregação em igreja, buscando vida financeira autônoma que desse suporte firme às atividades locais. Para tanto – a organização da Igreja Batista do Méier -  foi colocada e aprovada proposta de J.J. Pereira, condicionando sua implementação à decisão da Junta de Evangelismo, que tinha sob sua  responsabilidade o pagamento do aluguel do salão onde se reunia o Ponto de Pregação. Ato contínuo dezenove nomes  se dispuseram constituir-se em futura igreja. O assunto, no entanto, não conseguiu anuência plena da Igreja Batista do Engenho de Dentro, de que faziam parte os dezenove voluntários. Reiterava aquela Igreja possuir , no momento,   uma grande responsabilidade financeira, necessitando da participação  plena de todos os seus membros, interpretando alguns até que os congregados do Ponto de Pregação estavam se posicionando contra  sua própria Igreja – a do Engenho de Dentro.

                O debate prosseguiu no minúsculo plenário - pois para o exercício democrático batista não importa o tamanho do plenário -  falando Entzminger, Inke e até o Pastor da Igreja do Engenho de Dentro – Ricardo Pitrowsky – também presente à reunião, confirmando a posição de sua Igreja e pedindo que os irmãos congregados  esperassem um pouco. Mas o assunto não estava tranqüilo no pequeno plenário e novas vozes se levantaram. Um irmão por nome Dr. Fonseca verberou em favor da  organização da igreja. Mas, acima das paixões, do entusiasmo reinante e das posições individuais pairava o Espírito de Deus.

               Esse Espírito uniu em torno de um consenso maior  todos os presentes  -  os congregados do Ponto de Pregação e os que representavam a posição da Igreja Batista do Engenho de Dentro, incluindo seu Pastor, que passou a dar apoio à formação da futura Igreja Batista do Méier. Por decisão comum, ficou finalmente  estabelecido que  fosse enviado pedido de cartas de transferência de membros da Igreja  Batista do Engenho de Dentro para a organização e estabelecimento da futura Igreja. Fixado foi, então, o dia 25 de dezembro de 1918 para o grande acontecimento – a organização da Igreja Batista do Méier  -  data esta também escolhida por ser a de aniversário dos cinqüenta e nove anos do missionário Dr.William Edwin Entzminger, já previsto para Pastor da Igreja que nascia.

               Em 08 de dezembro a Igreja Batista do Engenho de Dentro concedeu formalmente, por decisão em sua Assembléia Geral, as cartas de transferência de vinte e cinco de seus membros, que congregavam no Ponto de Pregação Batista do Méier, para se constituírem em Igreja Batista do Méier.

               Em 25 de dezembro de 1918 nascia a Igreja Batista do Méier, cujo documento formal que a tornou existente encerra estes Antecedentes Históricos.

               Acta da sessão de organização a Egreja Baptista do Meyer, realisada no Salão de Cultos à rua Dias da Cruz, 185 – Meyer, às 19 e meia horas do dia 25 de dezembro de 1918. Sob a presidência do irmão Dr. Entzminger, servindo como secretário Carlos de Carvalho, deu-se início aos trabalhos com cânticos de hymnos e oração dirigida ao throno da graça fazendo-se ouvir em seguida um recitativo e um solo. Logo após o irmão presidente explicou os fins da reunião, e fez ligeiros traços biográphicos do Ponto de Pregação ora a constituir-se em Egreja Baptista. Em continuação o irmão secretário fez a chamada dos representantes das diversas Egrejas, comparecendo os seguintes, a fim de formar o Concílio organisador: Egreja de Madureira: Salomão L. Ginsburg e Gustavo de Menezes. Egreja do Engenho de Dentro: Pastor Ricardo Pitrowsky, Luiz Carvalhaes e Domingos do Amparo. Egreja de S. Christovam: Antonio Bacellar e Antonio de Freitas. Egreja de Pilares: Pastor Carlos de Mendonça. Egreja de Catumby: Dr. S.L. Watson; Primeira Egreja: Theodoro R. Teixeira e Dr. A. J. da Fonseca. Tijuca: Cláudio de Mello. Ilha do Governador: Américo Senna e Carlos de Lemos. Larangeiras: Francisco Ferreira da Silva. Nictheroy: José Loureiro e Carmelo Rambino; Aracaju: Eutichio de Vasconcellos fazendo portanto o número de dezoito representantes. Em seguida o secretário leu a carta demissória concedida pela Egreja Baptista do Engenho de Dentro aos irmãos abaixo, para a fundação da Egreja Baptista do Meyer, José Joaquim Pereira, Raul Pinto de Carvalho, Álvaro de Oliveira, W.E.Entzminger, Graça Entzminger, Ruth Entzminger, Maria da Cruz, Bárbara da Silva, Maria Ramos, Ascendina Ramos, Hermínia Passos Campos, Rita Maria da Conceição, Sebastiana Izabel, João Myra de Moraes, Carlos Vieira, Iasinha Alves, Herundina Tavares, Joanna Tavares,  Virgílio Silva, Octávio José Ribeiro, Lygia Ribeiro, Maria Angélica de Menezes, Henrique Penno, José Ferreira Sepúlvida e Júlia Marques da Silva. Em seguida o presidente leu uma porção da Palavra de Deus e o Pacto das Egrejas Baptistas sendo o mesmo Pacto acceito por todos como o seu modo de vida. O irmão Theodoro Teixeira propõe que seja organizada a Egreja sendo unanimemente approvado.   O irmão Presidente declara ser neccessário eleger os officiais da Egreja, sendo proposto para Pastor o irmão Dr. Entzminger, por proposta do irmão J.J. Pereira, para Evangelista o irmão Henrique Penno, por proposta do irmão João Myra de Moraes, para primeiro secretário João Myra de Moraes, por proposta de José Joaquim Pereira e para thesoureiro José Joaquim Pereira, por proposta de João Myra de Moraes, tendo todos os eleitos approvação unânime. Em continuação fizeram-se ouvir hymnos especiais e discursos proferidos pelos seguintes irmãos, Pastor Ricardo Pitrowsky que fallou sobre o thema Relações desta Egreja para com as demais Egrejas, Dr. Watson que representou o Collégio e o Seminário do Rio e Salomão Ginsburg que fallou sobre A Egreja de Deus,  columna da Verdade. Em seguida foi dada opportunidade a qualquer irmão para saudar a Egreja, fallando por essa occasião o irmão Soren, saudando com viva emoção a nova Egreja; também fallou o pastor Eutichio  Vasconcellos, que saudou em nome da Egreja de Aracajú. Foram encerrados solemnemente os trabalhos às 21. ½ horas, com o cântico do hymno 400 e oração pelo Pastor Carlos Mendonça. Rio de Janeiro, 25 de dezembro de 1918. Carlos de Carvalho.

               Formalmente organizada conforme as democráticas práticas batistas, com o reconhecido apoio das igrejas co-irmãs e particularmente da Igreja-mãe  -  a Igreja Batista do Engenho de Dentro, hoje Segunda Igreja Batista do Rio de Janeiro, iniciava-se a nova fase do trabalho batista do Méier, que iria exigir sabedoria, maturidade e criatividade para seu desenvolvimento, auto-sustento e afirmação em um bairro que se projetava na cidade como populoso e em pleno desenvolvimento.

Eleito pastor da Igreja, quando de sua organização, o missionário William Edwin Entzminger  já vinha anteriormente apoiando o nascente trabalho batista no Méier, desde a primeira reunião do Ponto de Pregação, o que motivou ser indicado e assumir sua direção – titulado Presidente – com a ida, para a Bahia, do então Presidente Casemiro Gomes de Oliveira.

Registros históricos da Igreja passam  a relatar esse novo período de uma liderança caracterizada pela presença de alguns missionários no pastorado da novel igreja.

               Entzminger deixou o pastorado em 04/08/1919, por motivo de  grave enfermidade que alcançou D. Graça Entzminger, sua esposa. Viajou urgente para os Estados Unidos, tendo ela sido hospitalizada e assim permaneceu vários meses, ficando em coma quase um ano. Faleceu  em 17 de dezembro de 1921. 

               Mesmo  tendo Entzminger atuado durante curto período, a Igreja foi grandemente beneficiada por seu exigente, vigilante e orientador ministério, também  de pulso firme na defesa e manutenção dos princípios, doutrinas e práticas batistas, sempre fiel à Bíblia Sagrada. Tanto que, já no primeiro ano desse pastorado e da igreja, o número de membros havia dobrado, passando a 50, tendo sido estabelecidos três novos Pontos de Pregação: um no Méier, na rua Silva Rabelo sob a direção de Carlos Vieira; outro em Anchieta sob a direção de João Myra de Moraes  e um terceiro no Engenho Novo, sob a direção de Henrique Penno e Álvaro de Oliveira. Projetava a Igreja sua ênfase evangelística e missionária, preocupando-se, inclusive, em ampliar seu espaço para celebração dominical.   

               Em 04/08/1919 assumiu o trabalho o Pastor Ricardo Jacob Inke até 04/09/1921, que se deslocou para os Estados Unidos, quando ocupou a direção da Igreja  o Pastor Henrique Rodolpho Penno.

               Ao iniciar o pastorado Penno, a Igreja  já contava  com 81 membros e a Junta de Evangelismo continuou mantendo seu apoio à Igreja, sustentando agora seu obreiro. Em 18/09/1922 Penno deixou o pastorado, viajando para Campinas, Estado de São Paulo, ali assumindo a direção de uma igreja. Neste mesmo dia Entzminger assumiu o pastorado até 24/06/1923, quando  foi residir em Petrópolis.

Com a ida de Entzminger para Petrópolis, assumiu o pastorado o missionário Stephen Lawton Watson, empossado em 09/07/1923. Sob a influência pastoral de Watson, a Igreja conseguiu adquirir o terreno da rua Dias da Cruz, 79 – antigo 213,  para  desenvolver as obras de seu primeiro templo. O citado terreno foi encontrado pela Prof. Herundina Nery Tavares, membro fundadora da Igreja,  a quem se deve o primeiro contato com o proprietário do imóvel, bem como o encaminhamento do negócio à Igreja. Prosseguindo com entusiasmo, a Igreja lançou a pedra fundamental do templo em 25/12/1923, quando completava cinco anos de existência, tendo sido convidado para orador oficial da ocasião o ex-pastor da Igreja  Dr.  Entzminger. É de  justiça o registro da grande ajuda prestada pelo casal T.B. Stover à Igreja Batista do Méier nas fases de aquisição e construção do seu novo e belo patrimônio.  O templo foi solenemente inaugurado em 15 de julho de 1924.

               A mudança da sede da Igreja para seu novo templo se deu solenemente em um domingo, com o desfile de seus membros pela rua Dias da Cruz, conduzindo em suas mãos as cadeiras do Salão de Cultos. Enquanto caminhavam, alegremente   louvavam a Deus entoando o hino Dia Festivo: que alegria neste dia nós estamos  a gozar...,  de autoria do  ex-pastor da Igreja  Henrique Rodolpho Penno, que veio a ser o de número 411 do Canto Cristão.  Esse templo abrigou por muitas vezes a Convenção Batista Carioca,  face a sua excelente localização na cidade.  

Esta  fase do pastorado Watson durou até  30 /01/1927, sendo seu substituto outro missionário, Dr. William Coleman Harrison, empossado em 13/02/1927. Exerceu  excelente pastorado, tendo sido grande doutrinador e em muito influenciado a vida espiritual da Igreja, levando-a a tornar-se ardorosa na tarefa de evangelização. Foi profunda e excelente sua influência em todas as organizações internas, com ensinos bíblicos, sugestões e aconselhamento. Presidiu  as reuniões administrativas com muito amor, cautela, delicadeza e firmeza parlamentar. Apesar de suas múltiplas tarefas no Seminário do Sul, sempre que podia se fazia presente nas reuniões de oração, durante uma noite da semana. E aos domingos sempre esteve presente, inclusive nos trabalhos ao ar livre, de evangelização nas ruas e praças.

               Face a seu grande número de encargos no Seminário  Batista do Sul, Harrison foi obrigado a deixar o pastorado da Igreja Batista do Méier, o que aconteceu em 06/11/1929.  Harrison foi  substituído pelo missionário Thomas Bertram Stover  que assumiu o pastorado no décimo primeiro aniversário da Igreja  -  25/12/29. Foi um notável homem de Deus.

                Ao assumir o pastorado, já conhecido e estimado, pois  era membro da Igreja desde que chegou ao Brasil, em 1922, o que facilitou o desenvolvimento de seu ministério, caracterizado por muito amor, operosidade, firmeza doutrinária e denominacional. Em seus sermões dominicais matutinos sempre focalizava a vida ética da membresia e com delicadeza estimulava o encorajamento cristão, não esquecendo das mensagens que enriqueciam o interesse da Igreja pela evangelização dos filhos pródigos. Por seu saber teológico, Stover conseguiu fazer a Igreja crescer quantitativa e qualitativamente. Sua ação pastoral estendeu-se com brilhantismo moral e espiritual a todas as organizações internas. Presidia as reuniões administrativas  sob ambiente cristocêntrico de fraternidade e respeito. Abençoado e deveras abençoador foi o pastorado  Stover na Igreja Batista do Méier,  que durou até  12/01/1932. A direção da Igreja passou à responsabilidade do Diácono José  Ferreira Sepúlveda, logo assumindo o pastorado o já conhecido da Igreja missionário Stephen Lawton Watson, que tomou posse pela segunda vez, agora em  10/04/1932.

               Watson desenvolveu seu segundo pastorado  até meados do décimo sexto ano de vida da Igreja. Em 01/07/1934 deixou a função. Antes, no  entanto, Watson preparou a Igreja para ter um pastor brasileiro de tempo integral. Foi  convidado  José de Miranda Pinto, que estudava  nos Estados Unidos.

               No mesmo dia -  01/07/1934, quando Watson deixou o pastorado,   teve início uma nova e grande fase em que a Igreja  continuaria a escrever sua história, vivendo para a glória de Deus: tomou posse no pastorado da Igreja Batista do Méier o Pastor José de Miranda Pinto. 

Ultrapassados seus primeiros dezesseis anos de existência, que lhe ensejaram convivência com oito pastorados, já com 186 membros resultantes da corajosa ação evangelizadora de seus vinte e cinco fundadores, vitoriando-se na aquisição de belo patrimônio e na  construção de seu primeiro templo,   a Igreja Batista do Méier, em julho de 1934, iniciou uma nova e grande fase em sua existência.. Essa nova  e grande fase, que já dura 69 anos, em que vivenciou somente 06 pastorados , pode ser titulada como  Período de Crescimento e Expansão que  dá continuidade e coloca em relevo o Período Inicial de Afirmação já detalhado.

A partir de 1934, a Igreja viu substituída sua parcial convivência com pastores de origem estrangeira pelos de origem brasileira. Passou a ter em sua direção somente pastores nacionais, com os quais muito se identificou, face aos naturais vínculos de cultura, de costumes que proporcionaram mais aguda sensibilização para as realidades da Pátria comum.

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